Histórias

sábado, setembro 26, 2015

#362



Marias passaram. Marias foram indiferentes, e outras sofreram. Dançaram, malharam, foram nada, uma migalha, tristes, tristinhas, passageiras de viagem, vegetativas. Às vezes, felizes, cantantes, contentes, entusiasmadas. Marias passaram rápido.
Tiveram o que deviam ter, mas não o que queriam ter. Elas só queriam, mas nada fizeram, elas não agiram. Seja como for, há movimento o tempo todo. Esses seus elétrons aí se movendo para que se mantenha. Eles, tão pequenos, se movem para conseguir o que querem. Maria, maria, não. Elas querem, mas não fazem.
Marias eram mulheres. Marias eram deusas. Marias eram exemplo. Marias eram mães e filhas. Marias, de fato, eram horas.
Marias não mentiam, diziam inverdades. Eram melhores até quando não eram. Nunca piores, nunca esquecidas, pois não se importavam, mas elas putrefaziam-se. Marias belas, singelas, donzelas. Marias helenas e madalenas. Marias más, sórdidas e circundantes.
Víboras e pandas. Doce e azedo. Flores. Abertas ou murchas, mas flores.
Marias que abriam e fechavam, não se importavam. Sem aparência, cor e idade. Simplesmente marias.

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